Aproximando-se da data de realização do XII Congresso do PAICV, a “questão presidencial” surge como uma prioridade. Produto de um “movimento da sociedade civil” na sua colocação formal, ou seja, não consubstanciando uma acção partidária à semelhança dos regimes presidencialistas, o candidato às presidenciais obtém os apoios formais dos partidos consoante a sua identificação programática e a sua orientação em função das plataformas dos partidos.
Fazendo um paralelo com o momento político do país, com os desafios do PAICV para o próximo mandato e com a conjuntura internacional que exige um posicionamento forte de Cabo Verde no cenário internacional, não hesito em afirmar que o PAICV deverá apoiar claramente Manuel Inocêncio Sousa que dá garantias de uma presidência equilibrada, forte e capaz de funcionar como um contrapeso institucional ideal, na promoção da tão necessária governabilidade.
Os desafios das nações exigem a modernização e a adequação das suas instituições, principalmente dos órgãos de soberania, que deverão estar ao serviço dos eleitores. Inocêncio, pela sua experiência, seu percurso e sua sensibilidade, além de profundo conhecimento da realidade do país, adquiridos pela sua experiência governativa, garantirá por certo a introdução na Agenda Presidencial de temáticas que têm a ver, por exemplo, com o combate às desigualdades e a continuidade da estabilidade das Finanças Públicas, dentre outras, em perfeita sintonia com as problemáticas mundiais e do país.
No campo político Inocêncio, como grande articulador que é, além de inspirar confiança na Nação e dos principais parceiros, personificando um interlocutor dignificante pela sua firmeza e serenidade, com certeza dará um contributo fundamental para a afirmação do Parlamento e dos demais órgãos de soberania, anulando as assimetrias de poderes.
Outrossim, o candidato que se posiciona do lado do MPD após a saída de Veiga parece ser Jorge C. Fonseca que reconhecemos não ser um elemento aglutinador a tempo inteiro. Esgotado o objectivo comum, no caso o de Presidente da República, abrir-se-ão focos de conflito que não condizem com a figura de Chefe de Estado e põem em causa os equilíbrios institucionais necessários. Aliás JCF sempre esteve em espaços de conflito promovendo a ruptura, quer quando militou no PAICV (Trotskistas), quer no MPD originando a cisão que deu lugar ao PCD.
Inocêncio afigura-se como um Presidente federador, que exercerá a magistratura no sentido de eliminar as diferenças, apoiado numa linha de acção unicamente coincidente com os interesses do país, numa lógica de autonomia e inter-independência em relação aos outros poderes, promovendo um diálogo institucional dignificante e baseado na confiança, quer com o Governo e a Assembleia Nacional, quer com os Partidos Políticos e os Municípios.