30.6.09

Os mudjahedins estão de volta...

Agora sob a capa de democratas e defensores do sistema, aí vêm eles, regressando do seu passado obscuro, de atropelos à democracia e às liberdades, de "pés nas portas", julgamentos e "processos disciplinares" viciados, de faz de conta!
Atenção que agora eles não querem a revisão constitucional, não querem as reformas necessárias na segurança, não querem instrumentos mais eficazes de luta contra o narcotráfico (eles hão de saber porquê), não desejam mecanismos constitucionais de equilibrio dos poderes como única forma democrática e do sistema de dirimir conflitos...

E quando confrontados, fazem fuga em frente e dizem: "quando chegar a altura iremos falar sobre a nossa posição...não vale a pena insistir, porque não vamos falar sobre isso agora". Que estranhas estratégias escondem por detrás? Atenção porque nem homens, nem mulheres, nem templos escapam à sanha vingadora e assaz dos mudjahedins...que estão de volta!

26.6.09

Cidade Velha e os desafios de ser patrimonio da humanidade

Esperando ver uma maior euforia em torno da indicação da Cidade Velha Património, acompanhei com a maior sobriedade e tranquilidade este facto. Considerando ser um ganho, comecei a pensar logo nos desafios com que iremos nos deparar. Por ser considerado Património da Humanidade, a Cidade Velha entrará na agenda dos grandes roteiros turísticos. Que instalações estamos em condições de oferecer, os trabalhos de restauração, saúde, infra-estruturas essencias, electricidade e água? Em segundo lugar, teremos que pensar no aspecto da memória histórica e na recuperação e manutenção dos aspectos associados aos valores estéticos, históricos, simbólicos das várias épocas que marcaram o percurso da Cidade Velha uma época. É fundamental manter, preservar e estudar cada um desses objetos culturais e criar formas de os manter, em museus, casas de cultura, dentre outros.


O objectivo deste post, sem presunção, seria para lançar um debate em torno de algumas vertentes do fenómeno Património Histórico. Poderemos aprofundar nossas posições em outras oportunidades.
Bom fim de semana...

A luta contra as drogas e a mudança do "scope": a legalização e a saude pública

A 26 de Fevereiro de 1909, diplomatas de vários países se reuniam em Shanghai e fundavam a Comissão Internacional do Ópio, num esforço internacional de se banir o tráfico de narcóticos. Cem anos depois podemos afirmar que esta luta não atingiu seus objectivos, criando Estados falhados no mundo em desenvolvimento, assim como a dependência de substâncias químicas aumentou nos países ricos. Daí que o debate este ano, gire em torno da legalização das drogas ilícitas, hipótese assumida pelas Nações Unidas perante a constatação de que a legalização poderia ser o "mal menor" das medidas.

Existem no mundo cerca de 200 milhões de pessoas dependentes, o que representa 5% da população adulta do globo. A produção de cocaína e ópio é quase semelhante à de uma década atrás, sendo que a de cannabis é maior. Quanto ao consumo da cocaína, aumentou em relação aos anos 90 e tem crescido na Europa e EUA gastando, este país 40 bi de dólares por ano, tentando eliminar o fornecimento de drogas. O combate à comercialização põe a nú outras questões como descriminação, preconceitos raciais, violência e exclusão social: em cada 5 negros, 1 cumpre pena por tráfico de drogas nos EUA. No México mais de 800 policias e soldados foram mortos só em 2006.

O preço das drogas é determinado, não pelo seu custo de produção, mas sim pelo custo de distribuição. Esse factor tem também influenciado a queda de pureza (qualidade) do produto e não obstante o aumento do preço, não é claro que o mesmo faça diminuir a procura. Pelo contrário, a descida do preço, ou liberalizaçao do consumo não aumentará o número de toxicodependentes.
A industria ilegal rende, por ano, 320 bi de dólares, tornando o consumo mais letal: consumo de droga adulterada, reutilização de seringas, etc. Daí a mudança de foco do combate e prisão de consumidores para uma abordagem de problema de saúde pública. Taxando e regulando o comércio de drogas, usando os fundos levantados e poupados no combate educando as pessoas sobre os riscos, investindo na massificação e novos tratamentos, poderia se tornar mais eficaz.

Por último, queria salientar que não existe relação directa entre dureza e eficácia das leis e consumo de drogas. O aumento do consumo quer na Inglaterra, quer nos EUA, comprovam este facto. A Suécia (rígida) e a Noruega (mais liberal), têm as mesmas taxas de incidência de dependência. Dois argumentos têm sido fortemente utilizados pelos defensores da legalização: desencorajar e tratar a dependência devem ser a prioridade e; regularização oferece a oportunidade de melhor lidar com o problema.

Em CaboVerde temos conseguido muitos ganhos com os investimentos nos recursos e na luta ao narcotráfico. Os nosso ganhos no cenário internacional têm também a ver com a eficacia da luta. Contudo o consumo e suas consequencias na saúde pública são já visiveis, com o aumento exponencial de jovens toxicodependentes trazendo sofrimento às suas famílias e aumentando a criminalidade de "rápido consumo". Daí acreditar que deveríamos participar neste debate.

25.6.09

Guiné-Bissau: o início de uma nova era?

A meu ver, a problemática na Guiné-Bissau carece de uma abordagem Institucional sim, e uma abordagem aos "grassroots" do conflito. Começar a construir o equilíbrio das instituições políticas e jurídicas; apostar no restabelecimento da ordem de forma intransigente; promover uma luta sem tréguas ao narcotráfico que tem corrompido as instituições e seus representantes; repor as liberdades e garantias fundamentais, nomeadamente as eleições, não surtirão efeito algum se não se atacar as “razões de base” do conflito, ou sejam, os conflitos tribais advenientes da relação dominador/dominado ao longo dos anos; reformar as Forças Armadas e pacificar as disputas aí existentes; apostar fortemente na educação da população com taxas de analfabetização grandes; promover um sistema de saúde que dê resposta, ou em poucas palavras, criar um ambiente de “paz estrutural” que dê tranquilidade à população e não a deixe à mercê de líderes políticos oportunistas que manipulam as legítimas ambições e aspirações do povo guineense.
Sem essas condições, a “nova era” na Guiné será eternamente uma miragem ou uma realidade ténue e efémera.

23.6.09

O Diploma de jornalista e a liberdade de expressão...

"Finalmente, depois de anos de polêmica, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu solução definitiva à questão da obrigatoriedade do certificado de conclusão de uma faculdade de comunicação social para exercer a atividade de jornalista. Por 8 votos a 1 o STF decidiu que o Decreto-Lei 972 de 1969, que exigia tal condição, é incompatível com a Constituição de 1988, justamente porque esta garante a plena liberdade de expressão e comunicação. "O jornalismo e a liberdade de expressão são atividades que estão imbricadas por sua própria natureza e não podem ser pensados e tratados de forma separada. O jornalismo é a própria manifestação e difusão do pensamento e da informação." Com estas palavras, o ministro Gilmar Mendes associou liberdade de expressão e comunicação que a Constituição assegura em alguns de seus dispositivos..."
Assim começou a notícia de um acordão do STF brasileiro e que poderá abrir um debate em Cabo Verde, nomeadamente no que toca à constitucionalidade do Estatuto dos Jornalistas, que obriga a actividade ou produção de informação a pessoas na posse de diploma de jornalista ou correspondente.
O certo é que neste momento, estou a (re)produzir informação, no pleno exercício dos meus direitos e liberdade de expressão, prática aliás recorrente nos blogs. Reafirmo o que já tinha no post sobre o fim do programa 180º. Contudo acrescento que, perante as informações de que teria havido pressão de algum sector do jornalismo caboverdiano no sentido de retirar ao Abraão a apresentação do programa, é de todo importante esse debate para o consolidar da nossa democracia e cidadania e para que, em sede de revisão do Estatuto dos Jornalistas, se possa corrigir esta ou outras falhas.

22.6.09

Esta é a Hora: expiação de pecados ou mero exercicio de autocarícia...recíproca

Acompanhei o ambiente criado em torno do lançamento da candidatura de Carlos Veiga à liderança do MPD e, por conseguinte a Primeiro-ministro nas legisltivas de 2011. E notei que - aliás como qualquer um - a pouca euforia que se seguiu ao anúncio, directamente de S. Vicente, não causou o impacto desejado a ponto de suscitar uma onda avassaladora (quiçá semelhante a 91) suficiente para demover a candidatura de Jorge Santos. Considero que a movimentação de Veiga tenha finalidades e motivações de ordem pessoal, mas como já tive oportunidade de afirmar, alguns sectores do MPD precisam do poder, como do pão para a boca, ou seja, é do poder para o poder. E não precisamos ir muito longe: é só ver algumas declarações e o afã que alguns jovens já depositaram nesta candidatura (em vez de fazerem o seu percurso), como forma de se alcandorarem no poder, como se 2011 fossem favas contadas, ou simplesmente um jogo para "cumprir calendário"!
Na sequência e em boa hora (sem trocadilhos) chegou-me às mãos uma carta com as motivações e as razões da candidatura. E olhando para elas, fico curioso com uma revelação. Parece-me que o que existe no íntimo de Carlos Veiga é uma vontade de expiação dos 7 pecados capitais, cometidos na Governação de 91 a 2001 que passo a citar:
1. A IRA: raiva, a cólera, a agressividade a sanha vingadora sobre todo aquele que fosse e representasse ser o PAICV; ou mesmo no MPD que fosse contra suas posições (as cisões, os jornais, os arquivos, estão aí para o comprovar);
2. A GULA: a apetência para Veiga centralizar as decisões e, no sentido contrário desresponsabilizar-se de forma ligeira (o discurso de coitado, tal qual Calimero) e depositar a culpa nos "traidores" do regime e na "oposição anti-patriótica";
3. A INVEJA: os processos internos de "fritura" de potenciais lideranças que poderiam surgir e a tentativa vã de eliminar o PAICV do cenário político/partidário de Cabo Verde;
4. O ORGULHO: o sentimento (ledo engano) de ser melhor que todos e que conduziu irremediavelmente à arrogância na forma de exercer o poder e tratar as questões sérias da governação, fazendo com que a gestão do Estado e seus interesses fosse semelhante a uma "gestão de mercearia", com medidas avulsas e sem visão estratégica de desenvolvimento, e aqui os exemplos são vários;
5. A AVAREZA: manifestado no apego ao poder, cegando e tolhendo-lhe o discernimento, a capacidade de raciocinio e o sentido de Estado a ponto de insistir no discurso de fraude que, esse sim, atenta contra a boa imagem do Estado;
6. A PREGUIÇA: ou a negligência gritante com que foram tratadas as relações com países amigos, com parceiros, a forma negligente de hipotecar a imagem do país, a ponto de determinar o abandono do país por parceiros importantes que agora regressam ao país;
7. A LUXURIA: impulsividade desenfreada pelo poder de dominar, ditar ordens, mandar, manipular e hostilizar pessoas, resumida numa máxima famosa na época: "pior que Salazar".
Considero então que as motivações da carta, falando de desenvolvimento, democracia, união, honestidade, credibilização das instituições, visão de futuro e não discriminação/partidarismo não tenham vindo do punho indicado para falar dessas virtudes, no que toca à governação do país. De modo que Veiga deve escolher: ou revê suas razões/motivações, ou simplesmente...procura um padre!!

19.6.09

As aventuras de Gérson, o Malandro...

"Tá na Hora" Gérson e pra você - que é malandro puro e que se soubesse como é bom ser honesto, seria honesto só de malandragem - vai um samba de partido alto, música de Bezerra da Silva, poeta, sambista do morro, "malandro demais vira bicho":
"Eu já disse a você
Que malandro demais vira bicho
E também já lhe pedi prá você parar com isso...
Você diz a todo mundo coisas que você não faz
E na roda de malandro todos te chamam malandro demais
Deixa disso rapaz...
Eu já disse a você que malandro demais ele vira bicho
E também já lhe pedi prá você parar com isso
Eu já sei quem você é
É um tremendo fim de festa, um pisa na bola, um Zé mané
Eh! você fala demais, você fala demais, você fala de mais, meu rapaz você fala de mais..."
Um bom fim-de-semana porque sei que você gosta...

A liberdade de Imprensa em Cabo Verde, a Censura e postura dos opinion-makers

É dado adquirido em Cabo Verde que a liberdade de imprensa e de opinião são realidades incontornáveis e irrefutáveis. Não nos servem de indicativos, somente as classificações das instituições internacionais idóneas, como a Freedom House, a Repórteres sem Fronteiras dentre outras. Uma análise objectiva e da realidade vivida no país mostra em como evoluímos neste requisito fundamental quer para a consolidação da democracia, quer para o exercício da cidadania.
O número de estações de rádio e os programas de debate neles efectuados; os canais de televisão, alguns que ainda a titulo experimental; o número de jornais impressos e on-line e a pluralidade de opiniões neles expressos; o fenómeno da blogosfera e os quadrantes nela representados, as leis aprovadas, os investimentos (falta fazer mais) na televisão; o ambiente político propício ao debate, o parlamento e outras instituições a funcionarem normalmente; o desengajamento gradual do Estado da imprensa, são alguns dados ilustram o panorama da liberdade que se vive em Cabo Verde em termos de opinião.
Não será novidade afirmar portanto, que o instituto censura, pelo menos do ponto de vista formal/institucional, é uma realidade que nós não conhecemos neste momento do percurso do nosso jornalismo. Eventualmente podemos estar a conviver com uma auto-censura de alguns profissionais da comunicação social, ou de opinion-makers, normal, tendo em conta a pequenez do nosso meio social, as relaçoes e redes que são tecidas e os interesses e laços instalados. Seria justo dizer também que há um percurso a ser feito pelos nossos meios de comunicação social, pelos nosso profissionais e técnicos que trabalham com a opinião pública, no sentido de atingirmos a imprensa de alto standard à semelhança de outros países, mais desenvolvidos.
Essa reflexão surgiu após a suspensão/retirada do ar do programa 180º da TCV. Que vinha fazendo sucesso junto dos telespectadores, tendo fidelizado muitos, é um facto. Que promovia o debate e a discussão da actualidade, também não se pode negar. Que o 180º foi inovador pela postura, pela audácia e irreverencia do realizador e dos comentadores, é indesmentivel. Mas também é verdade que o próprio necessitava de alguma reformatação, facto que foi assumido pelo colectivo dos comentadores e pelo próprio apresentador, tendo gerado várias conversas e discussões acerca do tema. Uma das constatações era que o 180º precisava se tornar auto-suficiente e rentabilizar em termos de propaganda. Outra constatação, dos próprios "assíduos" era de que precisava abordar questões dos outros Concelhos e não se quedar pela realidade da Praia. Sugestões também foram apresentadas para o seu melhoramento.
Eu considero, muito sinceramente, que não houve censura, nem tentativa de silenciar ninguém. Aliás, como já foi dito por comentadores nas suas análises: "eramos miúdos, atrevidos armados em comentadores..."Ora, quem levaria a sério tais miúdos, a ponto de os mandar calar, ou silenciar? Eu de minha parte afirmo que ia para o 180º enquanto cidadão caboverdiano, que segue a realidade do seu país e do mundo, com suas ideias, suas opiniões e com o firme intuito de as defender, com convicção e independência, independentemente de minha idade, como aliás sempre fiz. Mas eu falo por mim!

18.6.09

As aventuras de Gérson: o bunda mole...

Minha gente, o Gérson não perde uma...tá sempre na área! Agora resolveu assumir ser o atacante de raiz que a equipe tava precisando, o homem de área, mas com essas movimentações, ele é mais um "Nuno Gomes" da vida, do que um real matador!
Admiro a (falta de) coragem do cara: fica quieto, não se declara, prefere ficar na sombra, ou como ele próprio diz "não é hora ainda"...de repente, sente uma muleta do lado, vê uma oportunidade, ele cresce, vai pra cima da zaga, fala grosso, espuma e até "fica revoltado". Mas é normal, ele se sente seguro, tem a torcida "rabentola" que ele mandou buscar da favela e os "cabra macho" que vieram pra falar em nome dele, porque ele, na verdade, "amarelou"...sai da toca oh Gérson!

17.6.09

Mensagem do Brasil...

Esta eu recebi de um amigo, estudante no Brasil e que me solicitou que o divulgasse:
Quem assiste o programa do Raul Gil, que passa aos sábados à tarde na TV Band, já deve ter visto o quadro no qual os convidados tiram, ou não, o chapéu a algumas entidades públicas, artistas, instituições etc. Aproveito neste momento a dica do Raul e digo:
- Eu não tiro o chapéu ao Jornal “A Semana”!
Há um tempo atrás, “A Semana” disponibilizava em seu site o jornal em formato PDF para ser lido. O mesmo só era disponibilizado no site, dias após sua publicação e venda em Cabo Verde. Nada mais justo! Hoje, o acesso ao jornal (em formato PDF) só é feito mediante assinatura no quiosque digital (através do site www.recortes.cv).
Não sou a favor da política “dji graça até injecção na testa”, mas visto que uma boa parte dos leitores são estudantes espalhados por este mundo afora, que gostam de estar sintonizados com a actualidade, essa medida veio nos impossibilitar de ter acesso às notícias detalhadas do quadro político, económico e social do nosso País. Sem acesso, não existem formadores de opinião!
Enquanto isso, tenho que me contentar ir até o quiosque, e dar aquela famosa espiadinha na capa. Confesso que situação igual, somente o de uma criança ir a uma loja, ver um pirolito, não o poder comprar, e ter que esperar pela bondade do Papai! Para quando tua bondade Papai?
“Nhôs djobi pa nôs també”.
Marco António Medina Silva –
Estudante Eng. da Computação
São Paulo - Brasil

As aventuras de Gérson, o traficante de convicções...

O Gérson veio com mais uma! Só que perdeu uma grande oportunidade...de ficar calado! Desta vez jogou sem criatividade: chutou pro lado que tava virado. Agiu como um zagueiro grosso, tosco e sem ideias (ideias de que ele não é Dono). O Gérson tá um autêntico picareta, perna de pau: pô cara ou vc joga ou vc fala "cumpadji". Assim, não sei se vai pra selecção.
Copiou e colou, foi igual a si mesmo, não inovou, não trouxe nada de novo. Suas fintas, antes estonteantes - e que enganaram todo mundo, dos dois lados - já não driblam nem seus colegas de time...tá na cara qual é a dele. No entanto, continua se achando. Com a torcida xingando, ele ainda se acha importante. Com a torcida criticando as jogadas dele, ainda se acha o maximo.
E na hora de comentar o (mau) jogo que ele fez, desvia as atenções e vem com o papo dos meninos das favelas, que sem alternativa, entram pro crime...Gérson, corta essa, que papo é esse? Quem tá no crime é você: traficando convicções...

16.6.09

Lá vem o Gérson, pata aqui, pata acolá, la vem ele para ver o quê que há

O Gérson voltou, 2 dias após sua última patada - que saiu fraco, frouxo e ao lado - querendo dar bitaites, hora na estratégia da equipa adversária, hora num jogo de outro campeonato, que não é dele!
Agora que o Carlitos, conhecido "meneur de jeux" regressou do longo período longe dos terrenos, e quer assumir a batuta da equipa, o Gérson vai querer ser titular. Mas essa azáfama talvez seja o seu grande problema: vai querer mostrar trabalho pra ser chamado pra selecção e os outros jogadores não vão lhe dar folga. Vão lhe jogar na canela, vão lhe perseguir, vão lhe secar. Talvez seja o momento de acrescentar mais uns malabarismos no seu já vasto "menú" ou então valha a pena virar mutante, como ele sugeriu.
To be continued...

15.6.09

As aventuras do Gérson - o dono do futuro, ou o urubuzinho à espera de carniça

O Gérson chuta forte. Soltou mais um "fos": "Imposição de sentido", alguns dirão; "marionete nas mãos dos verdadeiros pistolões", advogarão outros; "é uma leitura", virão os defensores mais equilibrados; ou então quem sabe o pseudo dono da palavra escrita, goradas as "previsões" venha dizer: "era só uma opinião", ou ainda "levaste a sério...eu estava a brincar!" A mesma "flexibilidade" de interpretação se confundindo com a "invertebralidade" da opinião.
O que me espanta é essa capacidade de se metamorfosear, de se transformar e de conseguir se adaptar às verdades, crente que é dono do futuro, ou o costureiro que tece as linhas do amanhã...já o vejo de camisola vestida na apresentação aos sócios, com a presença da imprensa, a balbuciar emocionado: "é a realizaçao de um sonho de criança, sempre quis jogar aqui...", ou então: "jogo em qualquer posição, sou polivalente, eclético e remato, quer de esquerda, quer de direita"...very convenient.
E do jeito que é, vai querer sentar logo à janela no autocaro que os leva ao Estádio, ou ao lado do todo-poderoso presidente, quem quer que seja ele, ou Carlitos ou o Jorginho...ou ainda, ao marcar um golo, beijar o emblema "rotativo" ou sacudir o "manto sagrado"! O Gérson quer é se dar bem e na certa, vai juntar a fome, com a vontade de comer...
Na verdade o Gérson não é dono de nada: não possui sua alma, nem sua vontade; não tem amigos, nem companheiros...tá na área, se derrubar é penalty, ou como diria Jorge Garcia, meu amigo: "faz de palhaço quem paga menos..."

InteractiCidade...nº 2

Passear pela circular tornou-se um hábito aos fins de semana. Após um bom almoço familiar com meus tios e meu priminho, que a cada dia que passa está uma "figura" e após ter tomado o já tradicional kifir, partimos em (re)descoberta do "conhecido" lá pelas bandas da circular da Praia: famílias que aproveitam o fim de semana e passeiam na "tchom d´Holanda", estradas de última geração, uma alternativa às já congestionadas vias da Capital e que não é utilizada, paisagens interessantes, bandos de "galinha mato" já raras na Praia, longa extensão de terras e áreas agora valorizadas pela infraestrutura e...lixo, muito lixo!!
Fico com a impressão de que não há uma consciência ambiental por parte dos nossos conCIDADÕES, por um lado e, uma falta de controle das entidades competentes, por outro. Aquele lixo é pra lá deitado de propósito e porque o acto não acarreta acto sacionatório. Isto reflete falta de cidadania, falta de educação e consciencia ambiental. Convido-os a irem lá pelos lados de "Bonkoi" a conhecer o estado lastimável em que está a Ribeira, as encostas, quando muito se fala no equillíbrio ambiental e no país que será entregue às gerações vindouras.

Ainda o Bairrismo

Os jogadores da Académica da Praia foram brindados com garrafadas, após a vitória sobre o Mindelense. Talvez esse facto confirme que ainda existe um bairrismo leviano entre nós e que se manifesta da pior forma possivel: pela Violência e falta da desportivismo. O que é lamentável!
Isso só vem dar razão ao que eu disse no dia 27 de Abril do corrente ano, no programa "Espaço Público" do jornalista Carlos Santos e que era mais ou menos isso: "...ainda temos alguns elementos de bairrismo nos critérios de escolha de candidatos às eleições legislativas no país..." que foi prontamente contraposto, com elementos meramente "políticamente correctos", por um dos meus interlocutores.
Entendo que o bairrismo dê origem a piadas, anedotas, mas daí a caminhar para a violência física, é grave. O mais grave é o silêncio que se nota. Não se fala, não se discute, não se comenta. É preciso uma cultura de tolerância no país. É preciso uma cultura de paz e de condenação à violência. Precisamos abandonar de vez o mito de sermos um povo de brandos costumes. Não temos um potencial de violência colectiva, contudo, em termos individuais, estamos longe de ser de brandos costumes. E para isso as escolas, as universidades devem desempenhar um papel primordial. Porque não uma disciplina de paz e tolerância. Porque não a cultura do fair play nas aulas de educação física?

12.6.09

ALUPEC URGENTE...

Acerca desta capa escrevo aqui o que há muito tinha dito: é preciso um esclarecimento urgente sobre o que é o ALUPEC (Alfabeto Unificado Para a Escrita do Criolo), a todos os níveis para que as pessoas possam entendê-lo, de uma vez por todas, e se escusarem de fazer comentários e considerações vazias e acima de tudo eivadas de bairrismos ou reaccionarismos pueris. Nem que tenhamos que recorrer a jornadas de esclarecimento, programas de TV, de rádio, mailing, ou até, quem sabe "fazê um dzênh"...

Que país é este?!

Acompanhei o desenrolar do caso dos senegaleses e do inglês, detidos por terem entrado no país de forma ilegal. Acompanhei também algumas reacções indignadas, condenando o facto de terem sido presos, aqui na codade da Praia. Ora, os referidos senhores foram detidos na sequência de um delito que foi o de terem entrado em território caboverdiano de forma ilegal. Não será pelo facto que não se enquadrarem no estatuto de "imigrantes ilegais" que a lei, aprovada pelos órgãos de soberania deste país, não há de ser aplicada. Não há de ser pelo facto de terem aceite "solidariamente" ajudar o inglês, a troco de dinheiro, a realizar um sonho, que também não se há de aplicar a sanção prevista nas leis da República para casos semelhantes. E não é nenhuma novidade. Em qualquer país há leis para punir tais actos.
Se se quiser debater as condições das prisões caboverdianas, podemos fazer este debate. Se se quiser discutir a possibilidade de um "centro de acolhimento" - que já ficou comprovado em outras paragens ser pernicioso - é de todo legítimo, mas não me venham falar de livre circulaçao de cidadãos da CEDEAO, não me falem da parceria com a UE, não nos tentem condicionar com o facto de sermos um país de emigrantes. Aplicou-se a lei, como em qualquer país e como tem sido o hábito em Cabo Verde, no caso de interceptação de cidadãos de outros países que entrem em nosso território de forma ilegal.
Mas o mesmo se passa quando são presos criminosos cuja identidade não é divulgada, não conhecemos o rosto, a coberto do direito à imagem e bom nome e à privacidade! Mas e se fosse eu, Edson Medina a ser acusado de algum ilícito ou mesmo preso? A atitude seria a mesma? Ter-se-ia a mesma condescendência? É essa dualidade de critérios, esse "nacional-porreirismo hipócrita" que abomino e que deveremo combater urgentemente. E por isso pergunto: que país é esse?
PS: para entender o enquadramento do título com o texto, aconselho a ouvir a música "que país é este" do Legião Urbana, ao vivo, e a prestar atenção no coro com que o público responde à pergunta...



10.6.09

"Oie vive na melon"

Esta é uma noticia que vou seguir atentamente.


Digo, desde já, que estou ansioso para a conferência de imprensa de balanço e para ouvir as soluções que desta visita sairão.

A inevitabilidade do olhar para o bumbum...

Quem nunca esteve num espaço a conversar, com amigos e entra, (ou passa) uma senhora avantajada, "cheia de carnes", com um bumbum provocador, apelativo? De repente o silêncio, as cabeças se curvam, as palavras desaparecem da boca e olhamos, apreciamos!! Todos nós, da "raça masculina", independentemente do estado civil, já teve uma situação idêntica. Lembro-me das tardes depois do faustoso almoço no "bandejão" na UnB. Quando passava um desses monumentos sugeriamos: "um minuto de silêncio"...em homenagem!
Mas essa inevitabilidade funciona como um pacto...um pacto do não dito: elas sabem que olhamos, arrebitam o supracitado órgão, sofisticam o rebolado, olham para o lado, fazem aquele ar de superior e... deixam-nos deliciar, sonhar, desejar. Funciona como a música do "Legião Urbana" que diz: "ele completa ela e vice versa, que nem feijão com arroz".
Quanto às reacções, são várias: há o típico "peão de obra" que assobia, faz um comentário vulgar e acha o máximo; há o "obsessivo lírico" (de Kundera em "Insustentável Leveza do ser"), que tenta preencher o hiato entre a ideia e a realidade e fica pelos seus pensamentos; e há a atitude "psicólogo", que é o cara que em vez de olhar para o monumento, prefere ver a reacção dos colegas.
O certo mesmo é que se estabelece uma relação magnética entre o bumbum e os olhos!

9.6.09

InteractiCidade

É gritante a falta de civismo nas estradas da Praia. Eu tenho o privilégio de já ter conhecido todas as ilhas habitadas de Cabo Verde e digo: há coisas que só se vêm aqui, na ilha de Santiago. Condutores que sobem em passeios para fugir aos "engarrafamentos", ultrapassagens perigosíssimas, paragem e estacionamento em lugares proíbidos, o descaso total com quem está estacionado e é "bloqueado", condutores que param em plena via pública para conversar, dar boleia, às vezes em fila dupla, em plena avenida. Todos nós conhecemos o que é o trecho rotunda do Sucupira-Ponte Vila Nova!!É uma baderna, uma bagunça, é uma vergonha!! Estamos a caminhar para a anarquia total, para uma selva e não há quem tome medidas. E os animais são de toda a espécie (e vou citá-los de acordo com o lugar que ocupam na cadeia alimentar): condutores de hiaces, taxistas, condutores de autocarro, privados, motoristas de carros do Estado (sim, de chapa amarela), agentes da polícia, etc.
Não querendo que isso pareça uma Sessão de Perguntas ao Governo, digo: para quando polícias na rua a controlar e a multar essas infracções? Para quando o sistema de pontuação nas cartas, para apreensão, para quando um código de estrada mais rígido? Por que não pensar num sistema de câmeras espalhadas pela cidade para controlar o trânsito? Quando começa um controle mais acirrado sobre as escolas de condução, que nos últimos anos proliferaram fazendo deste metier um verdadeiro negócio?
Eu continuarei fazendo a minha parte: dou umas valentes buzinadelas, xingo os palhaços e vou anotando as placas, mesmo que não resolva. Só que resolvi ir além: este espaço no blog se chamará apartir de agora "InteractiCidade" e servirá para denunciar a falta de civismo (não queria dizer ordinarices) dos CIDADÕES da Praia. Você que segue o impresondigital, sinta-se à vontade para me enviar denúncias, os actos, se quiserem, até fotografias. Prometo confidencialidade!

8.6.09

A Europa "direitista"

Aparte outras análises e indo directamente "ao ponto": a direita ganhou as eleições ao Parlamento Europeu. Tem a ver com o cenário de crise e a forma como o discurso "nacionalista", conservador, anti emigraçao, de segurança e da soberania, multiplicado e consolidado pela centro-direita consegue se impor. Contudo há alguns perdedores e ganhadores que devem ser aqui mencionados:

1. Vitória de " Os Verdes". A verdadeira vitoriosa, tendo aumentado o numero de deputados e aparece agora com poder de barganha no cenário Europeu. Poderá representar uma tomada de consciencia, pelos Europeus, das questões ambientais;

2. Direita consolidada. Não obstante ter perdido deputados em relaçao a 2004, a direita, fruto de suas posiçoes mais conservadoras em relaçao à imigração, segurança, soberania, desemprego conseguiu ganhar, mesmo em países onde não representam alternativa à Governação, casos da Espanha e Portugal, sendo que na Grã- Bretanha o partido anti imigraçao conseguiu eleger 2 deputados desta vez;

3. Esquerda derrotada. Quer em Portugal, Espanha e Grã-Bretanha, onde são poder, quer na França e Alemanha que representam a oposição, a esquerda perdeu. Se por um lado tem a ver com a forma pouco eficaz de lidar com a crise e ser por assim dizer, um "yellow card", por outro tem a ver com a "herança do passado" (das medidas de Schroeder) e a falta de liderança e de alternativas.

Assim: Gordon Brown está em maus lençóis, Sócrates terá que analisar os resultados, Zapatero melhorar seu desempenho, Merkel ter boas perspectivas para Setembro e Sarkozy relaxar depois de um desgaste com questoes trabalhistas. Nós os africanos teremos que nos precaver e saber que agora os europeus só nos querem se formos "imigrantes qualificados".

5.6.09

A lei de Gérson

Um dia escrevi isso sobre a nossa sociedade: "...irrita-me esse “nacional porreirismo hipócrita”, no qual todos batem palmadinhas nas costas, aceitam a condição e se estribam no discurso do “coitado”. Ninguém quer sair da sua “zona de conforto”, enfrentar os conflitos e transformá-los. Ninguém quer criticar, com receio que lhe chamem nomes, que é chato ou que vive a reclamar ou ainda que digam que tem determinada posição por ser deste ao daquele partido. Falam à socapa, nos cafés, à boca miúda, no estilo fofoca, sem discutir as ideias e as alternativas, preferindo “dissertar” sobre as pessoas.
Fico indignado quando vejo essa classe média/alta, de óculos escuros se desresponsabilizar, preferindo a lógica da acção colectiva oportunista e calculista, recolhendo-se nas piscinas, nos restaurantes, ou nos “discursos de diagnóstico”, jogando mais no “erro do adversário” do que no mérito próprio. Cada dia que passa mais convicto fico que a lei mais aplicada em Cabo Verde é a “lei de Gerson” (campeão do mundo da copa de 74 que numa publicidade dizia: “eu quero é me dar bem”)..." Hoje fiquei com vontade de o dizer de novo!!

4.6.09

o meu blog...

Depois de muito resistir às "provocações" do César e do Victor Varela, da ala radical da T+, eis que resolvi partilhar a criação de um blog. Digo partilhar porque devo sinceros agradecimentos ao César, pela perseverança em insistir comigo e pela concepção gráfica que ele prontamente acedeu a fazer.

Explicando o conceito de impresonsdigital: em primeiro lugar, a sua grafia não é ALUPEC, nem em portugues...é o kriolu, livre, sem regras, onde o fundamental é ser-se entendido. Em segundo lugar, são impressões minhas que eu vou colocando, digitalizando. São impreSons, que traduzem sons, ideias, feelings, estados de espirito, ou como diz o César: "um blog é um instrumento de partilha..."

AF 447...

Um pensamento muito especial para os integrantes do voo AF447 e seus familiares. Que estes ultimos tenham forças para ultrapassar suas perdas.

3.6.09

Uma pergunta (inexistencial no caso)...

Para quando um(a) Director(a) Geral da Juventude?

Uma constatação...

Há alguns meses que estamos sem Director Geral da Juventude...