21.9.09

Manuel Inocêncio, o Presidente necessário

Aproximando-se da data de realização do XII Congresso do PAICV, a “questão presidencial” surge como uma prioridade. Produto de um “movimento da sociedade civil” na sua colocação formal, ou seja, não consubstanciando uma acção partidária à semelhança dos regimes presidencialistas, o candidato às presidenciais obtém os apoios formais dos partidos consoante a sua identificação programática e a sua orientação em função das plataformas dos partidos.
Fazendo um paralelo com o momento político do país, com os desafios do PAICV para o próximo mandato e com a conjuntura internacional que exige um posicionamento forte de Cabo Verde no cenário internacional, não hesito em afirmar que o PAICV deverá apoiar claramente Manuel Inocêncio Sousa que dá garantias de uma presidência equilibrada, forte e capaz de funcionar como um contrapeso institucional ideal, na promoção da tão necessária governabilidade.

Os desafios das nações exigem a modernização e a adequação das suas instituições, principalmente dos órgãos de soberania, que deverão estar ao serviço dos eleitores. Inocêncio, pela sua experiência, seu percurso e sua sensibilidade, além de profundo conhecimento da realidade do país, adquiridos pela sua experiência governativa, garantirá por certo a introdução na Agenda Presidencial de temáticas que têm a ver, por exemplo, com o combate às desigualdades e a continuidade da estabilidade das Finanças Públicas, dentre outras, em perfeita sintonia com as problemáticas mundiais e do país.

No campo político Inocêncio, como grande articulador que é, além de inspirar confiança na Nação e dos principais parceiros, personificando um interlocutor dignificante pela sua firmeza e serenidade, com certeza dará um contributo fundamental para a afirmação do Parlamento e dos demais órgãos de soberania, anulando as assimetrias de poderes.
Outrossim, o candidato que se posiciona do lado do MPD após a saída de Veiga parece ser Jorge C. Fonseca que reconhecemos não ser um elemento aglutinador a tempo inteiro. Esgotado o objectivo comum, no caso o de Presidente da República, abrir-se-ão focos de conflito que não condizem com a figura de Chefe de Estado e põem em causa os equilíbrios institucionais necessários. Aliás JCF sempre esteve em espaços de conflito promovendo a ruptura, quer quando militou no PAICV (Trotskistas), quer no MPD originando a cisão que deu lugar ao PCD.
Inocêncio afigura-se como um Presidente federador, que exercerá a magistratura no sentido de eliminar as diferenças, apoiado numa linha de acção unicamente coincidente com os interesses do país, numa lógica de autonomia e inter-independência em relação aos outros poderes, promovendo um diálogo institucional dignificante e baseado na confiança, quer com o Governo e a Assembleia Nacional, quer com os Partidos Políticos e os Municípios.

10 comments:

paulo césar said...

Tens de avisar o JFonseca do teu blogue para ele vir escrever maravilhas dele próprio como faz no do Dono. A candidatura do Lima parece-me também de apoiar. Creio que ele tem perfil para o cargo. O Inocêncio é igualmente um forte candidato. O MPD vai aguardar para a escolha do PAI para depois eles verem quem irão escolher para a derrota. Agora que o PAI deve é livrar-se do HAlmada como o MpD do JCF porque são ambos candidatos derrotados antes. Uma vez derrotados...Paulo César.

Amílcar Tavares said...

Mas o senhor em causa não tem todas as suas capacidades intactas para um cargo executivo?

O cargo de PR cabo-verdiano é mais uma pré-reforma do que outra coisa, julgo.

Edson Medina said...

Amilcar,
acho que a abordagem que fazemos do cargo de PR - pré reforma - é que nos dá essa percepção. Advém do próprio sistema de semi-parlamentarismo, onde o PR não assume um papel de destaque...o centro do sistema situa-se no Parlamento e no Governo, restando ao mais alto magistrado o papel de árbitro do sistema. Estamos num país em que (felizmente) detemos bons indices de governabilidade e na maior parte das vezes não se chama a intervenção do PR. Contudo e, por isso justifico o artigo, o Inocêncio teria um papel fundamental na introdução de outras temáticas na agenda presidencial, como por exemplo o sistema dos check and balances, promovendo um maior equilibrio entre os poderes...
Paulo César, de facto o AL tem perfil para o cargo, mas só poderemos ter um candidato
O JCF, como citei "de leve" no artigo sempre esteve em zonas de conflito e não dá garantias de ser um bom árbitro, equilibrado e com sentido de Estado. Diz-se que é um bom académico...
Abraços

Mimica said...

A minha escolha é AL e concordo com o Paulo quanto ao David Almada e Fonseca. Mas, o Inocêncio seria um óptimo candidato. O PAI mostra que tem bons candidatos. O AL e o Inocêncio são prova disto.

Edson Medina said...

Concordo Mimica,
agora é esperar que os candidatos apresentem suas ideias, motivações e deixar que os militantes eo partido decidam, com base em razões objectivas...
Abraços

Edy said...

Então,
existe mais pessoa no PAI que tem um bom perfil para o cargo:Corsino Tolentino!
O que achas?

H.Rodrigues said...

Concordo plenamente contigo Edson. Mas a minha reserva é que tanto o MI como o AL, são de barlavento. Para mim são dois Caboverdeanos com perfil para PR. Mas e para o Povo maioritário de Sotavento? É que sabemos que infelizmente esse tipo de coisas é explorado nas campanhas políticas... e o povo nem sempre sabe separar as coisas.
Lanço-te um desafio: Será que consegurias VER se temos neste momento alguma Caboverdeana com perfil para PM ou PR? Independentemente da cor partidária. Agradecida desde já.
H.Rodrigues

H.Rodrigues said...

Concordo plenamente contigo Edson. Mas a minha reserva é que tanto o MI como o AL, são de barlavento. Para mim são dois Caboverdeanos com perfil para PR. Mas e para o Povo maioritário de Sotavento? É que sabemos que infelizmente esse tipo de coisas é explorado nas campanhas políticas... e o povo nem sempre sabe separar as coisas.
Lanço-te um desafio: Será que consegurias VER se temos neste momento alguma Caboverdeana com perfil para PM ou PR? Independentemente da cor partidária. Agradecida desde já.
H.Rodrigues

Mendes Garcia said...

Isto está um verdadeiro "beauty contest" para o cargo de PR-CV. Estamos ansiosos para ver a eliminatória, ou seja as primárias. Mas não vamos tornar isto numa Caldeirada!

Miguel Barbosa said...

O caso TACV contraria TUDO o que dizes sobre Inocencio. Ou talvez o credebilize mais ainda, afinal isto é Cabo Verde, o exemplo!