7.1.10

As irresponsabilidades de uma (des)organização: a fome do poder e suas manifestações levianas!

Neste aspecto eu costumo dizer que é preciso ser-se coerente: a JPD, enquanto principal reivindicadora de melhores condições e emprego para os jovens devia se congratular com esta medida e cobrar do GOverno a transparência e a lisura do processo: that´s accountabillity!
Mas não, prefere fazer politiquices e "gincana política"! A JPD pode solicitar o processo referente ao concurso, é legítimo que o faça! O governo deve inclusivamente disponibiliza-los. Não pode é pôr em causa a seriedade e honestidade do Governo, das pessoas e das organizações internacionais que financiam o desenvolvimento de projectos em CV!
Só uma (des)organização desatenta é que faria afirmações destas, pois não sabem (ou fingem não saber, o que é pior) que as organizações financiadoras montam um programa de seguimento e avaliação dos projectos que afere os custos, os recursos disponibilizados, a sua aplicação e avaliam o impacto do projecto. Ou seja é uma monitoração constante para garantir o sucesso dos programas e projectos...
Mas se querem falar de projectos "eleitoralistas" e com o mero intuito de mobilizar jovens e de forma desonesta e sem lisura, que tal falarmos do famoso "crédito jovem" do final da década de 90, um completo fiasco e que criou empresas jovens nadomortas e uma dívida de mais de 300.000 contos ao Estado?? Mas não precisamos ir muito longe...é só ver que o presidente não falou desta vez!

5.1.10

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Preferia que o meu centésimo post fosse para assinalar uma efeméride, comemorar alguma data especial. Se pudesse escolher, escreveria no centésimo post as minhas conclusões, falaria, ou pelo menos tentaria falar de forma objectiva, apresentando dados sobre a nossa economia, a saúde de nossas finanças públicas. Se dependesse de mim, contaria uma anedota no centésimo post e arriscaria alguma tirada sarcástica. Mas não...este centésimo post é para traduzir a tristeza que me vai na alma: "Dúdu Pintcho" foi assassinado à facada, hoje de madrugada!
É sintomático como nessas horas nos revoltamos, ficamos chocados, desejamos que a justiça seja implacável, caimos até na tentação de fazê-la com as nossas próprias mãos...fazemos "posts", carpimos a nossa dor, solidarizamo-nos com a família da vítima...mas alguns dias depois, tudo passa! Vários "Dúdus" têm perecido desta forma: brutal, ignóbil, violenta! Temos uma sociedade violenta e já chega dessa história de "povo de brandos costumes". Não temos o potencial de "violência colectiva", que vemos noutras paragens...mas possuimos um potencial de violência individual, que nos leva a estas atitudes, por razões fúteis!
Brigamos por nada! Discutimos por nada...um mero ponto de vista diferente, o penalty mal marcado contra a nossa equipa, a derrota do nosso candidato nas eleições, a briga do nosso cão...com o do vizinho. São sempre "motivos" para uma atitude violenta!
Naturalizamos a violência com gestos, palavras...não encaramos frontalmente esta problemática, não sanamos a fonte de conflito à nascença e deixamos que ela atinja o pico, para depois fazermos o "damage control"...amanhã quem fará o "damage control" da Raquel, da Lena, do Tony, do Calú? Temos uma temática que precisa ser abordada nas escolas, na Universidade. A "gestão/transformação de conflitos" é um debate das sociedades modernas onde os conflitos estão mais latentes. Onde as diferenças são mais epidérmicas, onde a violência estrutural e a violência directa - entre/com pessoas - atingem proporções alarmantes. Mais do que abordar a "violência estrutural" da pobreza, diferenças sociais, desemprego, precisamos tratar dos micro-conflitos, numa abordagem humana, de aceitação das diferenças, de respeito pelo próximo, pela vida e pelos objectivos contrários.
Hoje os meus pensamentos vão para o Dúdu, mas vão também para as últimas vítimas de violência que o nosso país assinalou!
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