2.3.11

João Bosco, KriolJazz, Festivais...

João Bosco vem para actuar em 2 shows, um em Mindelo, no dia 17 de Março, outro no dia 18, na Praia. João Bosco é um dos maiores e melhores musicos do Brasil, na actualidade, no estilo MPB. Com um estilo singular, arrebata as pessoas com suas melodias e letras, que espelham o Brasil multicultural, ponto de intersecção de vários povos , etnias, raças e origens.
Eventualmente, não podemos considerar que seja um artista de massas (sem a conotação pejorativa para "massas"), mas é um artista que já ultrapassou a fase de maturação e reflecte o que de melhor se pode encontrar na música brasileira hoje.
A dimensão de João Bosco e o facto de actuar em Cabo Verde, pela segunda vez, nos leva a outras reflexões. A primeira é o facto de Cabo Verde, por intermédio da música estar a entrar nos roteiros. Poderá ser...
A presença de vários artistas de renome nos festivais aqui realizados poderá dar uma dimensão importante ao país. Porém a reflexão seguinte será: e depois?!
Vivemos dizendo que a musica corre nas nossas veias. Porém isso é pouco. Temos que incentivar esse dom, com escolas de música ou com formação na área. Por outro lado, os incentivos aos artistas é também importante.
A promoção do nosso destino, enquanto potencial cultural/musical deve ser assumido pelas agencias. Os festivais precisam ser reconfigurados/reformulados. Rentabilizar a vertente mar e promover/integrar com outras actividades: desportos náuticos, protecção ambiental...
Fundar o turismo cultural, com uma forte vertente musical, com espaços de boa música. Incentivar restaurantes, bares, locais de lazer a ter musica.
Por outro lado, consolidar, por exmplo o KriolJazz..torná-lo uma marca de Cabo Verde e tentar mobilizar outros países paa o evento. Que não seja anual, só na Praia, mas torná-lo sazonal, capaz de atingir outras ilhas. Integrar o KriolJazz com a gastronomia e com outras manifestaçoes culturais, tais como literatura, poesia, intrinsicamente ligadas à musica...
É assim que eu vejo os nossos artistas e a nossa musica a darem um real contributo ao país e à afirmação cultural. Acredito que com a nossa pequenez, uma forma positiva em que poderiamos exercer uma colonização, seria a "colonização cultural"...e como sairia o mundo a ganhar!

2 comments:

Cesar Schofield Cardoso said...

Congratulo-me com o teu regresso à postagem. Queremos as tuas postas!


O que escreveste cabe dentro da discussão da política cultural, que não é mais que adicionar outras camadas, nomeadamente de organização, à camada criativa. No fundo é igual em todo o sector; no caso da cultura, o artista é quem produz; faltam os outros elos da cadeia de valores; falta capacitação, para obter um produto melhor; falta mercado, para fazer funcionar a tal economia da cultura.

Salve!

Ivan Santos said...

ora aí está!
propalamos sempre que a cultura é o nosso maior "tesouro", mas pouco fazemos para integrá-la como politica de desenvolvimento.
Fica a impressão q tratamos a cultura de forma mto superficial...é uma "reunião" de qdo em vez de alguns artistas (q são desocupados) q decidem produzir algo (musica,artes plasticas,dança,cinema,teatro etc,etc)...esquecem-se que é muitooooo mais do q isso!!

welcome back
abraços