31.5.12

Brincadeira de criança


E tudo por cá é essa brincadeira de criança. É o consenso das agendas. Temos a cara de tudo e todos têm a mesma cara de pau! Agora é ver o juntar de mãos para aplaudir a “hombridade” arrancada a ferros: “Cocas é gente que faz”, “Favorecimento? Quem!!”, “Primagem, concubinato, etc…nem na Alemanha!”, “…é que é tudo…psicológico, que nem corno: não existe, é coisa que botaram na cabeça”…


Já nem sei se é Muppets, se é Malhação, se é Tom and Jerry. Resta-nos dizer que o desfecho veio com atraso, pois não acabou na quarta feira…e sim numa quinta! O certo é que amanhã its another day…another children day!

30.5.12

A (des)responsabilização política enquanto verdadeiro compromisso, a covardia e a moral…não esta “di pilorinho”!

O Parlamento é onde o Governo, enquanto órgão de soberania, responde politicamente pelos actos que pratica (ou deixa de praticar) e pelas consequências que destes decorrem. Resulta líquido, no mínimo, que os membros deste e qualquer Governo devem estar presentes nas sessões, principalmente quando se tratam questões que dizem respeito à sua administração e pelas quais respondem politicamente. A Constituição assim obriga e o Regimento da Assembleia Nacional regula essa participação, dando ao Governo o estatuto de Sujeito Parlamentar, em igualdade de circunstâncias com os Deputados e Grupos Parlamentares.

Ora, o agendamento da Declaração Política (DP) do MpD sobre o caso de nepotismo, e que tem como epicentro a ascensão ao cargo de Administrador da INPS do esposo da Sra. Ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento Recursos Humanos (nomeação feita pela própria), seria, à partida, o momento perfeito para que a Sra. Ministra pudesse fazer valer a força dos “argumentos” que sustentaram tal escolha. Porém não o fez. Por saber de antemão do pedido de agendamento da declaração política, pelo facto do Regimento assim obrigar, a Sra. Ministra simplesmente não se apresentou ao debate da DP, numa atitude no mínimo pouco nobre para com o Parlamento – e em última instância, para com os eleitores - de desresponsabilização pelos actos realizados no cargo a que foi investida e de…covardia! O que nos leva a concluir que ela, mais do que ninguém sabe da falha em que incorria.

A nomeação do Administrador da INPS, pela Ministra JEDRH está manchada de 2 pecados capitais:

1. Pelo ilícito que representa pois o Decreto Legislativo sobre o Regime Geral da organização e actividade da Administração Pública proíbe a intervenção de titulares de órgãos da AP em interesse de cônjuge;

2. Pela imoralidade que é, pois tratou-se da nomeação de um cônjuge para um cargo de responsabilidade, feito de forma premeditada, ou seja um mês antes de consumar o matrimónio, com toda a promiscuidade que se lhe encerra.

Até a questão do mérito pode e deve ser levantada, pois trata-se de uma actividade específica, a previdência social - que é o “banco onde os cabo-verdianos depositam o seu futuro” - que irá ser administrada por alguém que, até prova em contrário, não revelou a qualificação, o percurso ou até mesmo “tarimba” para o cargo!

Que moral terá a Sra. Ministra, a partir de agora, para passar aos jovens os valores do trabalho, do percurso baseado no mérito e no esforço? Que cara terá a Sra. Ministra para “fechar compromissos” com os jovens de Cabo Verde, quando se dá ao “trabalho” de casar com alguém que ela nomeia para ser administrador, abusando do poder de Ministra de tutela da área?

Espera-se que o Governo e o PAICV debatam profundamente e a todos os níveis esta questão e adoptem medidas e acções concretas, sob pena de conceder ao MpD o que este tentou fazer nos últimos anos: nivelar por baixo!

28.5.12

O que mais falta acontecer?

Não se trata do aumento de preços dos combustíveis, muito menos da desculpa esfarrapada e repetida até à exaustão, da privatização da década de 90. É pura incompetência do Governo em gerir a Electra e o pior, é que parece que autoridades e a tutela da área estão completamente perdidas sem saber o que fazer…e como fazer.

Em plena crise económica, com os problemas do desemprego existentes em Cabo Verde - que todos conhecemos - com a necessidade de aumentar a competitividade das nossas empresas e as exportações assistimos, nos principais centros urbanos, a um autêntico colapso energético.

Desde Maio do ano passado que esta agonia tem-se agravado para as populações, para os empresários. Será que o Governo tem noção dos danos e a má imagem que esta situação acarreta, junto aos investidores estrangeiros? Assim, como será possível implementar a tão anunciada “Agenda de Transformação”? Qual será o resultado caso se efectue um estudo do impacto económico e do prejuízo que as 12, 14, às vezes 24 horas sem energia têm causado à economia nacional? Caso não haja estudo, é outra prova de falta de seriedade no tratamento desta questão.

Estamos perante uma postura de desresponsabilização, sem precedentes. Até parece que o problema não é do Governo! De tanto usar o discurso dos problemas da década de 90, terão mesmo se convencido disto. Assiste-se a um desviar intencional das atenções do primordial, com discursos e actos pra “encher os olhos”, quando o problema é que estamos com uma CRISE ENERGÉTICA!!

Mas há ainda a situação do público em geral! E aqui o problema é igualmente grave, pois trata-se de um profundo desrespeito ao consumidor. E da Electra não se sabe nada. A cidade da Praia arrasta-se agonizante e irremediavelmente para o caos e ninguém parece ter soluções à vista! Não há uma cara, uma autoridade que assuma o fracasso desta empresa. Não há coragem política para tomar decisões e a situação mantém-se, num misto de calamidade pública e vergonha nacional Ninguém assume que a estratégia montada e implementada nos últimos anos falhou. Perdeu-se o compromisso com a verdade, optando pela fuga em frente, numa atitude covarde!

A situação é o que se vê: um completo descaso, a tal ponto que o partido no poder, reunido em CN no último fim-de-semana, nem sequer agendou e discutiu a crise energética em Cabo Verde. Ou pelo menos se o fez, da reunião não saiu nenhuma indicação de medidas e acções que apontassem no sentido de se solucionar a crise. Uma vergonha! A falta de sensibilidade da maioria para com este problema é, no mínimo, patética e caso para se dizer: o que mais falta acontecer?

25.5.12

O mundo fantástico por cá...ou o Manual Prático da bagunça

Shrek continua trapalhão, não afina…é uma “escuridão” total de medidas. Totalmente na "contramão", capitalinos reclamam e ninguém lhes ouve. É a brithocracia “tem luz quem pode e o resto se f…”! Esse daí não consegue meter ordem. E pior do que isso, não fica! Ou é pesadelo, ou é…psicológico!


Miss Piggy, por seu lado, continua os seus devaneios e qual bruxa má, à frente do "espelho seu", ouve o que quer e faz o que lhe dá na gana distribuindo “compromissos pueris” pelas ilhotas e para seu mais que tudo, Cocas o Sapo, que por obra e graça da “Previdência Divina”, lá vai cuidando com sapiência do nosso “futuro geriátrico”.


Os “Metralhas”, curados da “cidadanite aguda” nem tugem, nem mugem! Vê-se logo que aquilo tudo era papo furado, conversa “descartável” e…ocasional, para saciar apetites internos e diluir "invejinhas" gástricas!


Os irmãos Dalton saíram de cena. Não se ouvem, não se vêem, nem se cheiram…


Roger Rabbit, este “assobia pro lado”, faz de conta que não é com ele e só diz: “isso pra mim...é problema deles”.


E assim vamos fazendo nossa via crucis: uns fingindo que mandam, outros…fazendo de conta que obedecem!

17.5.12

"Quem tramará Roger Rabbit"??

Roger Rabbit, figura hiperactiva dada ao verbo, é uma sombra de si mesmo. Constato o seu semblante pesado, sem o brilho de outrora. Já não arrebata, de tal forma que sua actividade preferida é “coelhadas” do tipo: vai ser bom, não foi? Hábil a fazer “amigos”, são esses mesmos que o deixam…na mão” É caso pra se dizer: quem tramará Roger Rabbit?


Na linha da frente temos a Miss Piggy, convencida de que nasceu para o estrelato e que NADA irá perturbar o seu rumo. Publicamente aparenta ser a alma do charme feminino, porém, caso contrariada, tem acessos de fúria comparáveis a plebeias discussões de comadres desavindas, em que os cabelos e a cútis facial são as principais vítimas! Morre de amores pelo seu príncipe Cocas, o Sapo. O dito reafirma que além de amor, têm uma ligação P-R-O-F-I-S-S-I-O-N-A-L, desproporcional, em que o profissional secundariza o…amor! Serão eles a tramar Roger Rabbit?


Há quem diga que poderá ser o Shreck, mais um forte candidato, campeão em “bolas fora” e “tiros no pé”. Pelas suas aparições mediáticas ridículas, patéticas e desajeitadas, já faz parte do folclore humorístico nacional, a ponto de ninguém o levar a sério. Por isso, apresenta-se sempre com discursos “musculados”, ar tenso e intimidador, para sustentar o deserto de soluções, de sua cabeça calva!


Temos também o João Bafo de Onça, cuja actividade preferida é fazer teste de qualidade em “kioskes”, tascas e “butecos pé de chinelo”, provando as “gororobas etílicas” sempre acompanhadas de iguarias suínas, desde as vísceras à epiderme. Este continua querendo tramar Roger Rabbit, mais por transtorno obsessivo, do que por convicção ideológica.


A seguir vem o Monstro das Bolachas, personagem voraz, de apetites insaciáveis. O seu instinto primário é por CArgos, podendo coleccionar vários, em simultâneo, consumindo tudo e qualquer…coisa!


O que não se vislumbra é a acção dos irmãos Dalton, outrora letais, de lixarem o Roger, preocupados que estão com suas quezílias familiares e internas, principalmente agora que se aproxima mais um período de composição e distribuição de postos. Estes são uns autênticos outsiders nesta disputa renhida para…tramar Roger Rabbit.


N.A: Este é um texto de ficção. Qualquer semelhança dos personagens com pessoas reais é uma tremenda coincidência!

7.5.12

La caravane passe...

Até quando continuaremos, impávidos e serenos a ver, o desfile vergonhoso, dessa "caravana da mediocridade"?? E o que mais arrepia e assusta é o beneplácito hipócrita da sociedade, composta por "seres" sempre prontos a dizer que sim, em troca de "migalhas" de aceitação em espaços de "consagraçao" da dita...elite!

3.5.12

“O Nepotismo e sua fronteira entre o crime e a ética, ou como o Job for Boys se metamorfoseia em… Loverboy”



A valorização da “vida fácil”, do “trambique”, a cultura do “quero me dar bem”, a ditadura da “lei de Gérson”, descurando a ética e os valores é a “bola da vez” em Cabo Verde. Essa perspectiva da vida baseada em “expedientes” está disseminada e é a maior invenção da democracia desde 1991, não poupando a classes sociais, etárias muito menos políticas e atingindo as ditas “elites” e “gente chique” que de “chique” mesmo…só o nome. O que importa mesmo é ter cargo, viatura de função e um bom salário. Percebeu-se, em tempos de crise, uma janela de oportunidades e agora além do “Titio” e “Job for boys” temos uma nova modalidade: o “Loverboy”.


Definitivamente e a conclusão é fácil de tirar, durante o nosso percurso enquanto comunidade humana, perdemos alguns valores e a ética foi a mais prejudicada nesta erosão! Intencionalmente não interpretamos sinais e mensagens que nos vêem…de “cima”!


Tratando a ética enquanto valor absoluto e permanente, como abordamos hoje, na sociedade cabo-verdiana o nepotismo e o favorecimento de familiares, parentes, ou cônjuges (“gonna be”)? Ora o nepotismo não tem uma conceituação jurídica clara, sendo genericamente considerado como tal, em caso de favorecimento de um parente directo! Porém, o nepotismo é, no mínimo, um acto de “Improbidade Administrativa”, entendido como conduta incorrecta, desonesta, ilegal e abusiva do agente público, infringindo princípios da Administração Pública, tais como o mérito. Por essa razão deve ser criminalizado e punido por lei!


O nepotismo é pois uma atitude primária de “protecção da espécie”, na qual o que “sobrevive” não é necessariamente…o “melhor”, sendo uma interpretação sociobiológica que “desagua” numa “operação social” (a dita nomeação ilegal).

Com a Revolução Francesa despersonalizou-se e separou-se o Estado do Poder Absoluto. O Rei era o Estado e vice-versa, fomentando a confusão entre o público e o privado. Tivemos até casos de Nações e Reinos criados no leito, com casamentos. Mas creio que em sociedades modernas como a nossa, regidas pelo Estado de Direito Democrático, o nepotismo é uma prática de se repudiar e eticamente condenável, em toda a linha!


Se em Cabo Verde, nos faltam ferramentas jurídicas para conter tal abuso de poder - pois a lei de responsabilidade de titulares de cargos políticos é frágil e precisa de ajustes – no Brasil fica clara a inelegibilidade de cônjuges e parentes consanguíneos, até o 2º grau ou por adopção. Mesmo que haja uma omissão legislativa sobre a matéria, deve ser esse o compromisso claro dos titulares de cargos políticos: a moralização do poder e a salvaguarda da coisa pública. Deve ser esse é o compromisso com a Boa Governação, pois trata-se de tomar posse NOS cargos e não DOS cargos!


O acesso, principalmente a altos cargos da administração pública devia ser democratizado e baseado no mérito e não por mera indicação de familiares ou cônjuges. Muito menos utilizando o “expediente” do “nepotismo cruzado”, em que uma autoridade nomeia o parente de outra autoridade, não considerando a competência do nomeado, mas meramente o laço parental. Este é o sinal claro que deveríamos transmitir aos nossos jovens, esse sim deveria ser “o compromisso” com a juventude!!