29.7.09

Constitucionalidade reposta na Guiné- Bissau...e agora?

Pelos dados que nos chegam da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá segue na frente, com cerca de 61% dos votos podendo chegar aos 63%. Trata-se portanto de uma vitória clara e reflecte o desejo dos guineenses de paz e tranquilidade, várias vezes expresso. Demonstra também que Kumba cometeu um erro tático ao endurecer o discurso e apelar à violência e não soube ler a expectativa dos eleitores em se atingir, finalmente, a concórdia e a harmonia.



Eu prefiro aguardar o desenrolar dos acontecimentos, sem muitas euforias. Embora não reste a Kumba outra postura senão aceitar tranquila e "desportivamente" os resultados, na medida em que assinou um memorando onde afirma que respeitará a vontade do povo guineense, expressa nas urnas, a minha preocupação é se por detrás da postura institucional não teremos um Kumba manipulador, boicotador da ordem e governabilidade já que mantém alguma ascendência sobre sectores do exército e que utiliza as clivagens étnicas para atingir fins políticos.

3 comments:

Amílcar Tavares said...

A escolha acabou por recair no menos mau dos dois. Sabendo que Malam Bacai Sanhá é do sistema, as minhas dúvidas continuam.

Tudo vai depender da pressão internacional, nomeadamente da CPLP, da escolha de um PM e respectivo executivo com competência e da não ingerência do PR na gestão, já que todos sabemos, ele é "quase" um analfabeto.

Edson Medina said...

Amílcar,
pressão da CPLP seria ingerência, no quadro do direito internacional; o PM ja foi eleito, ainda no tempo de Nino e o executivo trabalha na normalidade Constitucional e o semi-analfabetismo de Sanhá não será tb a fonte de algumas discórdias. A Guiné-Bissau precisa dar combate sem tréguas ao narcotráfico que consome por dentro suas instituições, precisa dar educação aos guineenses e no campo político aprovar instrumentos de controle da actividade política, trabalhar na responsabilizaçao de políticos e sanear de vez as Forças Armadas que mais têm sido instrumentalizadas em funçao dos interesses políticos, individuais ou de grupo. Alias, como assinalei, Kumba detem a influencia sobre uma facçao. Todas essas medidas poderão, aí sim, ser com o APOIO da CPLP,NU e comunidade internacional...

Amílcar Tavares said...

Edson,

Concordo contigo em quase tudo mas há um ponto em que discordo: então, um cheque passado não é ingerência, mas uma palavras duras já é?

O termo "ingerência" está claramente sobrevalorizado.