1.7.09

EUA vs Médio Oriente

Obama foi ao Médio Oriente e sugeriu "um novo começo" entre os Estados Unidos e os muçulmanos de todo o mundo, e afirmou que "o ciclo de suspeitas e discórdia precisa terminar". Acrescentou ainda que os EUA"não estão nem nunca estarão" em guerra contra o Islã, mas advertiu que seu país fará de tudo para enfrentar extremistas que representem uma ameaça à segurança do país.
De imediato as reacções se fizeram sentir:
1."O governo israelense expressa sua esperança de que o importante discurso do presidente Obama leve a uma nova era de reconciliação entre o mundo árabe e muçulmano e Israel."
2. Mahmoud Abbas - porta voz da Autoridade Palestina
"A parte do discurso de Obama relativa à questão palestina é um passo importante em direção a um novo começo. Mostra que existe uma política americana nova, diferente, em relação à questão palestina."
3. Ayman Taha, porta-voz do Hamas na Faixa de Gaza
"Falar a respeito de uma política de guerra contra o extremismo e do trabalho para a criação de dois Estados para as pessoas nas terras palestinas não é diferente da política de seu predecessor, George W. Bush."
4. Hassan Fadlallah, legislador do Hezbollah no Líbano
"O mundo islâmico não precisa de sermões morais ou políticos. Precisa de uma mudança fundamental na política americana"
Eu digo que é preciso passar das palavras à acção: retirada do Iraque e Afeganistão, abordagem do proceso de paz numa perspectiva humanista e não economicista de controle da produção do petróleo, flexibilização dos regimes e discursos dos líderes muçulmanos e árabes, envolvimento de todos os actores dos conflitos. Os EUA e acomunidade internacional terão que jogar um papel fundamental e estratégico nesse dossier que não seja pelo fomentar do tipo de oposição que assistimos nos últimos dias no Irão. Com essa tática o resultado será exactamente o contrário do que se quer, ou seja, o endurecimento dos discursos e dos regimes, perpetuando radicais no poder.

2 comments:

Anonymous said...

A retirada do Iraque começou ontem e aconteceu em clima de festa nalgumas zonas.

O apaziguamento das relações passa, sem dúvidas, por um maior pragmatismo porque enquanto o mundo islâmico continuar a ver os EUA como o Satã, nada feito.

PS: Mahmoud Abbas não é o porta voz. É o presidente da Autoridade Palestiniana.

Edson Medina said...

Pois,
valeu pela errata. Contudo as declarações "quotadas" na BBC apontavam para ser o porta-voz