É dado adquirido em Cabo Verde que a liberdade de imprensa e de opinião são realidades incontornáveis e irrefutáveis. Não nos servem de indicativos, somente as classificações das instituições internacionais idóneas, como a Freedom House, a Repórteres sem Fronteiras dentre outras. Uma análise objectiva e da realidade vivida no país mostra em como evoluímos neste requisito fundamental quer para a consolidação da democracia, quer para o exercício da cidadania.
O número de estações de rádio e os programas de debate neles efectuados; os canais de televisão, alguns que ainda a titulo experimental; o número de jornais impressos e on-line e a pluralidade de opiniões neles expressos; o fenómeno da blogosfera e os quadrantes nela representados, as leis aprovadas, os investimentos (falta fazer mais) na televisão; o ambiente político propício ao debate, o parlamento e outras instituições a funcionarem normalmente; o desengajamento gradual do Estado da imprensa, são alguns dados ilustram o panorama da liberdade que se vive em Cabo Verde em termos de opinião.
Não será novidade afirmar portanto, que o instituto censura, pelo menos do ponto de vista formal/institucional, é uma realidade que nós não conhecemos neste momento do percurso do nosso jornalismo. Eventualmente podemos estar a conviver com uma auto-censura de alguns profissionais da comunicação social, ou de opinion-makers, normal, tendo em conta a pequenez do nosso meio social, as relaçoes e redes que são tecidas e os interesses e laços instalados. Seria justo dizer também que há um percurso a ser feito pelos nossos meios de comunicação social, pelos nosso profissionais e técnicos que trabalham com a opinião pública, no sentido de atingirmos a imprensa de alto standard à semelhança de outros países, mais desenvolvidos.
Essa reflexão surgiu após a suspensão/retirada do ar do programa 180º da TCV. Que vinha fazendo sucesso junto dos telespectadores, tendo fidelizado muitos, é um facto. Que promovia o debate e a discussão da actualidade, também não se pode negar. Que o 180º foi inovador pela postura, pela audácia e irreverencia do realizador e dos comentadores, é indesmentivel. Mas também é verdade que o próprio necessitava de alguma reformatação, facto que foi assumido pelo colectivo dos comentadores e pelo próprio apresentador, tendo gerado várias conversas e discussões acerca do tema. Uma das constatações era que o 180º precisava se tornar auto-suficiente e rentabilizar em termos de propaganda. Outra constatação, dos próprios "assíduos" era de que precisava abordar questões dos outros Concelhos e não se quedar pela realidade da Praia. Sugestões também foram apresentadas para o seu melhoramento.
Eu considero, muito sinceramente, que não houve censura, nem tentativa de silenciar ninguém. Aliás, como já foi dito por comentadores nas suas análises: "eramos miúdos, atrevidos armados em comentadores..."Ora, quem levaria a sério tais miúdos, a ponto de os mandar calar, ou silenciar? Eu de minha parte afirmo que ia para o 180º enquanto cidadão caboverdiano, que segue a realidade do seu país e do mundo, com suas ideias, suas opiniões e com o firme intuito de as defender, com convicção e independência, independentemente de minha idade, como aliás sempre fiz. Mas eu falo por mim!
3 comments:
Foi censura sim senhor!
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